domingo, 14 de agosto de 2011

Domingo-feira



Onde está agora?

    Lembro das feiras de domingo, com muita luz do sol e logo cores; das frutas, verduras, saias, cabelos soltos e bonitos de propósito. Tudo em desfile, tudo a mostra. Banana, melão, pernas e violão.
    No amarelar da tarde entrar e desejar nunca mais sair da água.
    Um pouco antes  do escurecer, uma cerveja no bar - ou duas e três ... - para começar a finalização do dia e da semana. Como as semanas passam rápido! E logo o mês, um, dois, três. Um ano e nada mudou ao mesmo tempo que tudo está diferente. Tento agarrar com força o presente - você - mas como areia, escorre entre meus dedos. E quando abro a mão, apenas alguns grãos - lembranças distantes do mar.
    Mas aqui, agora, em minha cama, meu quarto, nem feira, nem mar. Nem você, nem ninguém, pois São Paulo não existe -ninguém- existe. É assim o presente - o tempo - em um piscar de olhos estarei em outro lugar, em outra cama, boiando ou afundando na água, com você ou talvez outra pessoa. Tudo difente e tão igual. Pois tanto a luz quanto o tempo são eternamente sempre tão efêmeros.

Em que lugar do tempo você está agora?

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